Auroville foi fundada pela Mãe, colaboradora espiritual do sábio indiano Sri Aurobindo. A tarefa de dar forma concreta à visão de Sri Aurobindo foi confiada à Mãe. A criação de um novo mundo, uma nova humanidade, uma nova sociedade expressando e incorporando a nova consciência é o trabalho que ela empreendeu.
A localização de Auroville no sul da Índia está ligada ao fato de que a Mãe vivia em Puducherry desde 1920. Foi lá, no Sri Aurobindo Ashram, em 1964, que a ideia de Auroville foi concebida. Tanto Sri Aurobindo quanto a Mãe expressaram em seus primeiros escritos a necessidade de iniciar, em algum momento, um experimento coletivo sob condições ótimas – idealmente na forma de uma cidade – a fim de criar uma ponte para uma nova consciência que buscava manifesta no mundo. O próprio Ashram, formalmente criado em 1926, foi uma primeira tentativa nesse sentido.
Somente em 1964 que a Mãe sentiu que havia chegado a hora de um experimento tão ousado ser iniciado em uma escala maior de um município. O nome ‘Auroville’ foi dado em homenagem a Sri Aurobindo, ao mesmo tempo que significa ‘Cidade do Amanhecer’. A ideia foi reconhecida e adotada pelo governo da Índia. A inauguração aconteceu em 28 de fevereiro de 1968.
Desde o início, Auroville recebeu o apoio unânime da Conferência Geral da UNESCO em 1966, 1968, 1970, 1983, 2007. Organizações governamentais e não governamentais na Índia e no exterior financiaram vários programas de desenvolvimento e doações foram recebidas de fundações na Europa e nos EUA, dos Centros Internacionais de Auroville e de doadores privados em todo o mundo.
Auroville pretende ser uma cidade para até 50.000 habitantes de todo o mundo. Hoje seus habitantes somam cerca de 2.000 pessoas, provenientes de cerca de trinta países. Suas atividades são variadas e incluem atividades culturais, florestamento, agricultura orgânica, desenvolvimento de aldeias, gestão do lençol freático, pesquisa educacional, construção de edifícios, assistência médica, tecnologia da informação, pequenas e médias empresas, planejamento urbano e serviços comunitários.
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O ideal da unidade humana, que já estava presente no alvorecer da civilização, nunca pareceu tão próximo da realização, mas, paradoxalmente, quanto mais nos aproximamos dele, mais parece nos iludir. É como se no início do século 21 a necessidade de unidade humana nunca tivesse sido tão grande e, no entanto, muitas vezes essa mesma unidade, vista como inevitável, é percebida como algo ameaçador.
Segundo Sri Aurobindo, a única maneira de caminharmos em direção à unidade é percebermos progressivamente que existe um Espírito secreto, uma Realidade divina na qual todos somos um – não apenas compreendê-lo mentalmente, mas descobri-lo em nós mesmos e viver esse conhecimento.