Primeira cidade sem dinheiro do mundo, prospera e vive um modelo de vida bem distante da nossa realidade, e que pode dar certo.
Uma cidade completamente livre, não regida pelo dinheiro, política e religião. Seria possível? A resposta é sim: Auroville, uma cidade do Sul da Índia, construída com o propósito de realizar a unidade humana comunitária na diversidade. Sua população conta com 2800l habitantes, sendo um terço delas indianas e as demais originárias de mais de 54 países, incluindo brasileiros. Tem capacidade para mais de 50 mil habitantes.
É considerada um experimento, baseada na visão de mundo do iogue indiano Sri Aurobindo. Um ideal em que todas as pessoas de todas as culturas e castas possam aprender a se amar e, com efeito, espelhar o restante do mundo.
O município sem dinheiro foi criado com o apoio do governo indiano, da UNESCO e de simpatizantes de todo o planeta, mas tenta se tornar cada vez mais autossuficiente ao longo do tempo.
O Começo de Auroville
Auroville foi inaugurada em 1968, mas se a cidade é relativamente antiga, o preceito da sua criação não poderia ser mais atual: troca do emprego por trabalho com propósito, da religião por espiritualidade. A troca do consumo desenfreado pelo autossustentável, a hierarquia, por colaboração.
Auroville, em conclusão, é um lugar onde essa nova maneira de viver, sem dinheiro para ditar nossa vida, está sendo trabalhada constantemente; “um centro de evolução acelerada, onde a humanidade deve começar a mudar o mundo através do poder do espírito interior”.Mira Alafassa
A economia da cidade, de fato, é financiada parte pelo governo da Índia e suprida principalmente pelas unidades comerciais da cidade, seguidas de doações privadas.
Os produtos fabricados pela cidade sem dinheiro para venda ao mundo exterior incluem: artigos de papelaria, velas e incenso, alimentos e medicamentos para a saúde, roupas, produtos para o corpo, joias e brinquedos de madeira.
São várias profissões realizadas no local, incluindo as áreas de florestação, agricultura orgânica, pesquisa educacional, assistência médica (uma mistura de medicina oriental e ocidental), desenvolvimento tecnológico apropriado, desenvolvimento de aldeias, planejamento urbano, programas culturais e hospitalidade. Dessa maneira, o pagamento é uma espécie de “manutenção básica da vida” e não um salário.
Ao contrário da educação moderna, que é chamada de invenção da era industrial, a educação do município considera que não há necessidade de moldar ou modelar os filhos de Auroville.
“Auroville, em conclusão, é um lugar onde essa nova maneira de viver, sem dinheiro para ditar nossa vida, está sendo trabalhada constantemente; “um centro de evolução acelerada, onde a humanidade deve começar a mudar o mundo através do poder do espírito interior.” destaca Mira Alafassa, “A Mãe” de Auroville.